terça-feira, 28 de setembro de 2010

Prisioneiro dos Ponteiros

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Te pergunto: qual é a razão do relógio de pulso?
Desde sua invenção o mundo só se torna mais confuso.
Se a intenção era oposta, eu que estou fora de fuso.
Sem curso, sem resposta busco tempo que hoje é curto.

Circuito padrão imposto de forma sútil,
Você que era agulha agora se transforma num vinil.
A fúria e a amargura de dar voltas e voltas,
Em torno de si próprio, te embrulha, te empacota.

É inútil a revolta contra o óbvio sem ação,
Logo sem reação. Me enoja a fútil rotina.
Os três ponteiros do relógio, hoje, são ilusão,
Um mês vira uma semana e os dias ficam sem vida.

Então prefira adicionar mais vida aos seus dias
E não dias a sua vida em vão na agonia,
Senão vão te aprisionar, condicionar a ser escravo
Do tempo que aceleraram. Seja bravo ou seja alvo!



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